
Café – Queda de de 6% na produção
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua segunda estimativa para a safra de café de 2025, indicando uma redução de mais de 6% na produção nacional em comparação ao ano anterior. Em Minas Gerais, principal estado produtor de café arábica, a previsão é de uma colheita de aproximadamente 25,65 milhões de sacas, valor inferior ao registrado na safra passada.
Essa queda já era prevista por especialistas e produtores devido ao fenômeno da bienalidade negativa, um ciclo natural da cafeicultura em que, após um ano de alta produção, ocorre uma redução no rendimento das plantas. Além disso, a Conab destaca que o longo período de seca entre abril e setembro de 2024 afetou negativamente o desenvolvimento dos cafezais, refletindo nos números atuais.
Arnaldo Botrel Reis, presidente da Comissão Técnica de Café da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, comenta que a estimativa da Conab pode ser conservadora. Segundo ele, técnicos que acompanham mais de 4 mil produtores em Minas Gerais pelo programa Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) relataram uma possível quebra maior do que a prevista.
Botrel ressalta que ainda é prematuro definir os números finais da colheita, pois o peso dos grãos, que estão menores neste ano, também influencia o volume total. Isso significa que serão necessários mais grãos para compor uma saca de 60 quilos, impactando o rendimento final.
Em relação à colheita e comercialização, o presidente da Comissão Técnica de Café da FAEMG orienta atenção especial. Ele destaca a importância de colher o café no ponto ideal de maturação, com cuidado e segurança na lavoura. Para a venda, recomenda negociar apenas o volume necessário neste momento para evitar riscos financeiros.
No Sul de Minas, principal polo produtor do estado, a colheita deve se estender até meados de setembro. Apesar da previsão de quebra, a expectativa é que o trabalho seja conduzido com organização e técnica para minimizar os impactos econômicos.
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